Os últimos projetos de construção de casas populares em Alagoas atenderam quase 20 mil famílias vítimas das cheias de 2010 nos vales do Paraíba e Mundaú, que deixaram mais de 150 mil pessoas desabrigadas, desalojadas, mais de 50 mortes e dezenas de desaparecidos. Os imóveis foram construídos em parceria com o governo federal, estadual e prefeituras, mas não foram suficientes para atender a demanda e reduzir o elevadíssimo deficit habitacional.
imagem: residencial Brisa do Lago
De lá para cá, não ocorreram mais enchentes, porém aumentou o número de favelas na maioria dos 102 municípios. O governador Renan Filho (MDB) prometeu, em discurso na campanha eleitoral de 2014, que habitação era uma das prioridades. Efetivamente, a promessa não se concretizou.
Por outro lado, as submoradias nas favelas aumentaram, confirmam prefeitos, economistas e desempregados sem alternativa para pagar aluguel. A situação econômica do Estado, dono de alguns dos piores indicadores sociais do País, piorou a partir da pandemia do coronavírus, que provocou recessão.
Isso elevou o desemprego no Estado, que registrou uma taxa de desocupação de 20% - a terceira maior do País - no terceiro trimestre de 2020. No ano passado, mais 203 mil trabalhadores ficaram desempregados, e o Estado terminou 2021 com a quarta maior taxa de desemprego, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa aferida é de 14,5%. Os outros estados com desemprego em alta são: Amapá (17,5%), Bahia (17,3%), e Pernambuco (17,1%).
Sem condições de pagar aluguel, a maioria das famílias de desempregados passou à condição de vulnerabilidade (pobreza), buscou alternativas de moradia nas grotas, favelas e aumentou a população nas outras áreas críticas. No campo, o número de assalariados rurais desempregados engrossou o contingente que estava em 15 mil famílias de sem-terra acampadas.
Os movimentos rurais foram motivados a ocupar terras de usinas falidas na Zona da Mata com a promessa de reforma agrária estadual. Também não aconteceu, afirmam os líderes dos acampados, ao admitirem que algumas famílias já se mudaram para as favelas da capital e do interior. Além do aumento da população em submoradias, em Maceió mais de 20 mil famílias de quatro bairros – Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Pinheiro – a partir de 2019 foram obrigadas a sair de suas casas por causa dos desmoronamento de minas de sal-gema da indústria Braskem.
Promessa de que habitação seria uma das prioridades de seu governo ficou apenas no discurso de posse de Renan Filho, em 2014.
fonte:https://www.gazetaweb.com/noticias/politica/falta-moradia-para-11-milhao-de-alagoanos/