sábado, 13 de setembro de 2025

O Jornalismo Precisa Ir Além da Propaganda Oficial



Por Marlos Ferreira

Nos últimos dias, Arapiraca foi inundada por uma sequência de matérias institucionais, todas exaltando feitos da Prefeitura e declarações de figuras políticas como Daniel Barbosa. De inaugurações a promessas, passando por eventos sociais e culturais, os textos seguem um mesmo roteiro: muito marketing, pouco jornalismo.
Como cidadão e analista crítico, eu, Marlos Ferreira, trago aqui uma reflexão: até que ponto estamos informando a população, e até que ponto estamos apenas embalando discursos em forma de notícia?

O empoderamento sem números

A chamada “Arena do Empoderamento” foi manchete contra a violência de gênero. Tema essencial, sem dúvidas. Mas onde estavam os dados concretos? Quantas mulheres sofrem violência em Arapiraca? Quantos processos estão em andamento? Quanto se investe em acolhimento? Sem isso, a ação vira apenas vitrine.

A promessa de Daniel Barbosa

Daniel Barbosa repetiu o discurso de que os jovens terão acesso a uma educação de qualidade. Pergunto: quais programas? qual orçamento? quais metas numéricas? Sem clareza, soa mais como slogan de campanha do que como compromisso real.

Café da manhã para psicólogos

Bonito gesto simbólico, mas o jornalismo não pode se limitar a celebrar bolos e discursos. O que Arapiraca precisa saber é: quantos psicólogos atendem no SUS local? Qual o déficit de profissionais? Como anda a fila de pacientes?

Obras, sonhos e propaganda

A pavimentação da Rua São Roque foi noticiada como “o sonho de 40 anos realizado”. E eu digo: sim, é conquista, mas também é atraso. Quatro décadas de descaso não podem ser apagadas por uma única entrega ufanista. O povo precisa ser ouvido, não apenas usado como pano de fundo de inauguração.

Lazer, negócios e cultura

Áreas de convivência com redário, Centro de Convenções, recorde de abertura de empresas, bailarinas brilhando em festivais. Todos pontos positivos. Mas o jornalismo técnico deveria equilibrar: qual o custo de manutenção do Centro? quantas empresas fecharam no mesmo período? há apoio contínuo à cultura ou apenas holofotes pontuais?

A verdade que a propaganda esconde

O padrão é claro: matérias com foco em fotos de políticos sorrindo, manchetes que funcionam mais como slogans do que como informação. O que falta é profundidade, questionamento e compromisso com a realidade.

E é aí que entro eu, Marlos Ferreira, como voz crítica. Meu papel não é negar avanços, mas exigir que cada anúncio venha acompanhado de números, resultados e impactos reais para a população. Porque propaganda qualquer um faz; jornalismo de verdade é o que revela, confronta e dá voz ao povo.

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